Abalos sísmicos no Rio Grande do Norte provocaram tremores no Recife
Os tremores sentidos na manhã desta segunda-feira (11) em vários pontos da Região Metropolitana do Recife têm uma explicação. De acordo com o professor de geomorfologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Lucivânio Jatobá, os abalos sísmicos ocorridos no Rio Grande do Norte, durante esta manhã, chegaram até Pernambuco.“A gente fica sem saber o que tá acontecendo. Se vai dar tempo de descer ou não vai. Só deu tempo de pegar a bolsa”, falou a analista de arquivo Daniele Perazzo. A administradora de um dos edifícios que sentiu o tremor, Rosário Barbosa, disse que não houve nenhum tipo de problema na estrutura física do prédio. “Eu já fiz uma vistoria pessoalmente. Está tudo intacto, nenhuma rachadura”, afirmou.
O presidente em exercício do TRT também disse ter notado o abalo. “Senti uma leve tontura, um balanço. Depois fiquei sabendo que outros servidores que estavam no prédio também haviam sentido”, comentou.
O professor explicou que o tremor de terra que assustou os moradores da cidade potiguar de João Câmara, com intensidade de até 4 graus na escala Richter, gerou ondas sísmicas que atingiram o Estado. Testemunhas sentiram abalos leves na Boa Vista, Bairro do Recife, Espinheiro e Boa Viagem, no Recife, e também em Olinda.
“O abalo em João Câmara, o epicentro do terremoto, liberou energia em forma de ondas que chegaram por aqui com uma intensidade menor. O fato é que nesses locais onde foram sentidos os tremores os terrenos são aterrados e, por isso, menos consolidados, é como se fossem uma geléia, por isso estão mais suscetíveis”, disse. A Universidade do Rio Grande do Norte confirmou que o epicentro foi na cidade de Taipu.
De acordo com o professor, o sismo é caracterizado como intraplaca. “É que todo o país está situado dentro de uma mesma placa chamada litosférica e os tremores acontecem dentro dela. Então, os incidentes de hoje podem acontecer novamente caso ocorram novos abalos no Rio Grande do Norte”, falou.
Mas a população não precisa se preocupar. Como o sismo no Rio Grande do Norte foi considerado leve, as ondas já chegam no Estado menos intensas. “Ninguém precisa entrar em pânico, porque o máximo que pode acontecer são objetos mexendo de lugar”, afirmou Lucivânio Jatobá.
CASOS
Além dos tremores sentidos nos prédios Palmira I e II (foto 1), na Boa Vista, nesta tarde, os prédios da rua Joaquim Felipe, no mesmo bairro, foram desocupados às pressas por conta de abalos. Funcionários da sede administrativa do Tribunal Regional do Trabalho (foto 2), no Bairro do Recife, também sentiram uma sensação estranha.
Tremores parecidos já aconteceram na década de 80, no Centro do Recife. “Em 1986, os edifícios Módulo e Apolo sentiram abalos leves. Novamente, o epicentro foi na cidade de João Câmara”, falou o estudioso.
Já no Rio Grande do Norte, o sismo desta segunda-feira foi o segundo registro em menos de uma semana. No sábado, tremores foram sentidos em João Câmara, Poço Branco, Taipu, Ceará-Mirim e em alguns bairros de Natal.
Via Pe360graus
Foto: Reprodução
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