Morte dos bebês no Maranhão

Eis que surge a notícia:

“Morreu trinta e poucos bebês, em certo hospital do Maranhão”.

Uma notícia que é passada como se fosse apenas um comercial de carros. Nos dias seguintes a notícia volta, com um novo número de mortes no mesmo hospital, que passariam a cem bebês, e posteriormente, duzentos. Hoje eu não sei afirmar o número exato de bebezinhos que foram contemplados com a vida e tiveram esse direito arrancado por um hospital negligente, com um governo omisso.

Quando achamos que nada mais chocaria, surge uma autoridade, que em obrigação a dar alguma declaração diante da repercussão, declara em defesa do hospital que o número de bebês mortos, com as condições que o mesmo apresenta, é aceitável. Não, não é uma piada, nem brincadeira de mal gosto. No auge da minha indignação, eu pergunto como esse hospital ainda continua funcionando nessas condições tão precárias? Será que existe vigilância sanitária no Maranhão? Não parece ter.

A mídia apresentou em telejornais, a cena de pais segurando os caixões dos seus bebês (como se apenas aquela cena fosse chocante). Os relatos mostram baratas pelas paredes e ratos pelos corredores. Cadê essa cena?

Apesar de humor negro, os únicos que poderiam ficar calados são os donos de funerárias que lucram com o aumento das vendas. Mas não, esses pais que aparecem segurando os caixõezinhos de seus filhos, também resolveram se calar e por ignorância, tornam-se cúmplices dessa chacina que abalou o país.
Espero que toda essa repercussão não continue permitindo que novas vidas sejam arrancadas. Vidas que todos nós, como sociedade, matamos.

Foto: Enterro dos bebês no Maranhão.


Postagem: Luciana Rodrigues - Editora do Jornal Espalha Fato.


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