Dubai despede-se do glamuor
A crise financeira internacional arranha de vez a imagem do oásis do mundo moderno
Talvez você não saiba, mas um dos destinos mais exclusivos e comentados do mundo nos últimos anos, seja para turismo, negócios, ou até mesmo uma guinada na vida profissional, mergulhou numa forte crise que vem se alastrando há meses e pouco se fala sobre ela sob o risco de pagar multas astronômicas por manchar a honra do país. Seu nome seria o último de uma lista de suposições, mas infelizmente, o sonho de consumo que atraiu milhares de pessoas aos Emirados Árabes não é mais o mesmo: Dubai está sob risco de falência.
A notícia que agravou o medo do mercado financeiro internacional foi o provável adiamento do pagamento de sua dívida, anunciada nesta última quarta-feira, 25 de novembro. Desta forma, Dubai passa a engrossar o time dos países que experimentaram o amargo gosto de estar na lista dos inadimplentes, como ocorreu com a Argentina, em 2001. Na época, quando admitiu não poder pagar suas dívidas, o país enfrentou uma série de demissões e revoltas populares que perduraram por mais alguns anos.
Dubai teve a sua imagem milimetricamente construída e destinada ao sucesso, e muitos a viam como um oásis no deserto. Onde foi que a receita desandou? O problema está no alicerce econômico do país. Vejamos: Dubai faz parte dos Emirados Árabes Unidos, um conjunto de sete estados compostos por Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajman, Umm al-Quwain, Ras al-Khaimah e Fujairah. Sendo que diferentemente de Abu Dhabi e de outros países vizinhos, a fonte de dividendos dubaiana não é o petróleo. Aliás, esta iguaria é bem escassa por lá, constituindo apenas 6% de seus rendimentos. O resto do que ganha, foi apoiado em imóveis, turismo e ingresso de capital estrangeiro, que foi impulsionado pelo rápido crescimento nos últimos seis anos. (Alguma semelhança com uma situação vivida na América Latina, cinco décadas atrás?)
A trajetória meteórica de crescimento fez com que a empresa de investimentos estatal de Dubai, a Dubaiworld, construísse uma dívida de U$59 bilhões. Em 2008, a economia despencou com a crise mundial, afetando todos os setores, e principalmente, o mercado imobiliário do país.
Agora, os sonhos construídos sobre Dubai deram lugar a um pesadelo com direito até a cidade-fantasma. Explica-se: 90% de sua população é composta por estrangeiros, que foram afetados pelo desemprego. Pessoas de vários lugares do mundo que apostaram alto no país, injetando fundos e planos na economia daquela que prometia ser a nova potência deste século, agora se sentem inseguras e a abandonam.
De acordo com as leis dubaianas, os estrangeiros que forem pegos desempregados perdem o seu visto, e devem deixar o país no prazo de um mês, se não conseguirem uma nova atividade profissional. Isso acarretou uma nova diáspora no mundo moderno, fazendo com que os preços do mercado imobiliário caíssem morro abaixo, afetando muitos projetos de construção civil, que foram interrompidos ou cancelados.
No lado do governo, há a recusa de passar informações mais contundentes sobre a crise, talvez por medo de afetar a imagem de pujança e grandiosidade construída em torno de Dubai, mas isso só faz aumentar os rumores e a desconfiança entre investir ou não em projetos dubaianos. Por isso, o seu governo tomou medidas que talvez tenham influenciado o desconhecimento da crise ou a sua abordagem contida ao redor do mundo por parte da imprensa: Há um projeto de lei que criminaliza a cobertura e divulgação de dados sobre a situação econômica, o que segundo as autoridades, é tachado de dano à reputação e à economia do país.
Muitos acreditam que Dubai está pagando o preço por sua política econômica exibicionista e dependente de capital estrangeiro e grandes projetos de construção. Especialistas acreditam que o estado poderá ter sua economia regrada por Abu Dhabi, que age de maneira mais conservadora. Se for assim, Dubai pode estar dando adeus aos seus dias de glamour com a máxima: “Nem tudo que reluz é ouro”.
Talvez você não saiba, mas um dos destinos mais exclusivos e comentados do mundo nos últimos anos, seja para turismo, negócios, ou até mesmo uma guinada na vida profissional, mergulhou numa forte crise que vem se alastrando há meses e pouco se fala sobre ela sob o risco de pagar multas astronômicas por manchar a honra do país. Seu nome seria o último de uma lista de suposições, mas infelizmente, o sonho de consumo que atraiu milhares de pessoas aos Emirados Árabes não é mais o mesmo: Dubai está sob risco de falência.
A notícia que agravou o medo do mercado financeiro internacional foi o provável adiamento do pagamento de sua dívida, anunciada nesta última quarta-feira, 25 de novembro. Desta forma, Dubai passa a engrossar o time dos países que experimentaram o amargo gosto de estar na lista dos inadimplentes, como ocorreu com a Argentina, em 2001. Na época, quando admitiu não poder pagar suas dívidas, o país enfrentou uma série de demissões e revoltas populares que perduraram por mais alguns anos.
Dubai teve a sua imagem milimetricamente construída e destinada ao sucesso, e muitos a viam como um oásis no deserto. Onde foi que a receita desandou? O problema está no alicerce econômico do país. Vejamos: Dubai faz parte dos Emirados Árabes Unidos, um conjunto de sete estados compostos por Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajman, Umm al-Quwain, Ras al-Khaimah e Fujairah. Sendo que diferentemente de Abu Dhabi e de outros países vizinhos, a fonte de dividendos dubaiana não é o petróleo. Aliás, esta iguaria é bem escassa por lá, constituindo apenas 6% de seus rendimentos. O resto do que ganha, foi apoiado em imóveis, turismo e ingresso de capital estrangeiro, que foi impulsionado pelo rápido crescimento nos últimos seis anos. (Alguma semelhança com uma situação vivida na América Latina, cinco décadas atrás?)
A trajetória meteórica de crescimento fez com que a empresa de investimentos estatal de Dubai, a Dubaiworld, construísse uma dívida de U$59 bilhões. Em 2008, a economia despencou com a crise mundial, afetando todos os setores, e principalmente, o mercado imobiliário do país.
Agora, os sonhos construídos sobre Dubai deram lugar a um pesadelo com direito até a cidade-fantasma. Explica-se: 90% de sua população é composta por estrangeiros, que foram afetados pelo desemprego. Pessoas de vários lugares do mundo que apostaram alto no país, injetando fundos e planos na economia daquela que prometia ser a nova potência deste século, agora se sentem inseguras e a abandonam.
De acordo com as leis dubaianas, os estrangeiros que forem pegos desempregados perdem o seu visto, e devem deixar o país no prazo de um mês, se não conseguirem uma nova atividade profissional. Isso acarretou uma nova diáspora no mundo moderno, fazendo com que os preços do mercado imobiliário caíssem morro abaixo, afetando muitos projetos de construção civil, que foram interrompidos ou cancelados.
No lado do governo, há a recusa de passar informações mais contundentes sobre a crise, talvez por medo de afetar a imagem de pujança e grandiosidade construída em torno de Dubai, mas isso só faz aumentar os rumores e a desconfiança entre investir ou não em projetos dubaianos. Por isso, o seu governo tomou medidas que talvez tenham influenciado o desconhecimento da crise ou a sua abordagem contida ao redor do mundo por parte da imprensa: Há um projeto de lei que criminaliza a cobertura e divulgação de dados sobre a situação econômica, o que segundo as autoridades, é tachado de dano à reputação e à economia do país.
Muitos acreditam que Dubai está pagando o preço por sua política econômica exibicionista e dependente de capital estrangeiro e grandes projetos de construção. Especialistas acreditam que o estado poderá ter sua economia regrada por Abu Dhabi, que age de maneira mais conservadora. Se for assim, Dubai pode estar dando adeus aos seus dias de glamour com a máxima: “Nem tudo que reluz é ouro”.
Por Juliano Mendes da Hora
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